No último sábado, 27 de fevereiro, seguindo os principais protocolos de prevenção ao Covid-19, demos início a mais uma edição do projeto Faveladoc, recebendo a nova turma na nossa casa. São jovens moradoras(es) dos Complexos do Alemão e da Penha, que participarão do processo formativo em audiovisual nos próximos 4 meses, em seguida agregarão a equipe da produção do documentário que será lançado em dezembro deste ano. Foi uma manhã adorável, estamos todas(os) muito empolgadas(os) para o que virá em frente: “Muitas histórias serão contadas”.
Essa produção com certeza será desafiadora. É exatamente isso que nos move para o caminho do querer fazer, encontrar personagens e histórias para serem compartilhadas com o público. Desta vez, o Faveladoc terá como parte da formação uma mostra ao término do curso, prevista para junho, de três curtas metragens construídos no projeto e alguns convidados. Durante quatro meses as(os) participantes terão aulas práticas de produção audiovisual, cultura e memória e participarão de atividades extras como exibições de filmes seguidas de debates.
“O que nos conta o Complexo do Alemão sobre a cidade?”. Essa é a pergunta central que vai guiar a construção do roteiro e da produção do próximo documentário do Faveladoc. É notável que existem diversas respostas para essa interrogação, sobretudo dentro do espaço de uma das favelas mais emblemáticas da cidade do Rio de Janeiro, bairro desde 1993 (lei 2055/93), e vamos atrás de todas elas.
O certo é que agora estamos com as atenções voltadas para o processo formativo e da pesquisa que já começaram e vão se desdobrar no roteiro desse filme. E já começamos bem, o papo na aula inaugural, sábado, já deixou explícito que essa turma vai fazer um bom trabalho. A maioria já demonstrou maturidade para desenvolver com empenho as atividades do projeto, portanto não devemos esperar pouco dessa galera que vai resgatar memórias faveladas que certamente são fragmentos importantes na história desse lugar.
Foi revigorante ver o auditório do Raízes movimentado mesmo em tempos atípicos como o que estamos passando com a pandemia do novo coronavírus. Por isso nossa equipe cuidou dos detalhes sobre as principais restrições para receber pessoas em ambientes internos. Foi disponibilizado à vontade o uso de álcool 70%, máscaras descartáveis, ambiente aberto com circulação de ar e todas(os) usando máscaras cobrindo nariz e boca.
Favela Viva!
fotos: Nathalia Menezes
